“Propaganda é a alma do negócio”. Um tanto quanto clichê,
mas, no momento, é a frase que melhor se encaixa na descrição do sistema
eleitoral brasileiro. No cume da era das redes sociais, tecnologia e da
globalização, o modo de como os candidatos se apresentam, ou melhor, se vendem
ao público – digo população – faz toda a diferença.
Considerada o quarto poder, a mídia é a ferramenta ideal
para tal processo de divulgação da imagem dos políticos. Tanto a rádio, a
televisão, meios impressos e a internet – focando nas redes sociais, como o
Facebook, Twitter, Orkut entre outras, fazem parte dos recursos utilizados pela
equipe marketeira dos candidatos.
Analisando bem, esse processo nada mais é do que uma junção
de poderio que inclui, ainda, equipes especializadas em marketing político, na
qual possuem a função de elaborar estratégias capazes de fazer com que seu
candidato seja ao menos bem visto pelos eleitores. E é aí que chegamos ao ponto
principal: as eleições não passam de uma competição de imagem, popularidade e
status. Vence o candidato cuja equipe marketeira conseguiu fazer com que a
população acreditasse em todo o discurso demagógico.
Se pudessem, os políticos ganhariam eleições sem ao menos
disputá-las.
Um fato que podemos avaliar para mostrar esse aspecto do
qual é relativo ao modo como as campanhas eleitorais são concebidas e
organizadas, é o famoso encontro entre o ex-presidente Lula e Paulo Maluf, que
selou o apoio do PP à candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo,
que enseja diversas discussões a respeito de nosso sistema político.
Como em qualquer outro lugar, aqui no Brasil é usada uma
lógica pouco usual: ao contrário de seguir a regra da economicidade - em que se
busca o mínimo desperdício de recursos para a consecução dos fins pretendidos -,
prevalece o princípio da redundância.
Em suma, é mobilizado muito mais recursos para alcançar os
objetivos estabelecidos. Sendo assim, investe-se além do que é racionalmente
exigido. Isso ficou claro no debate sobre o tempo de propaganda eleitoral que o
PT ganhou aliando-se a Maluf. Afinal, quanto mais espaço e tempo disponíveis,
seja qual for o tipo de mídia, melhor para o candidato.
Para se ter ideia do quão valioso é um mísero tempo na
televisão para a propaganda eleitoral, Lula se dispôs a um “sacrifício de
imagem” posando ao lado de um político contra quem pesam graves denúncias, para
receber, em troca, 1min36s de televisão.
Daí surge à dificuldade de muitas pessoas - até mesmo
observadores experientes - entenderem este gesto do ex-presidente. Valeria a
pena se autodenegrir por uma campanha política, até então, alheia?
Por Luã Quintão
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